Exame toxicológico reprova mais de 50 motoristas em um mês, no ES

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Motoristas de caminhão e ônibus devem fazer exame

Resolução obrigada motoristas profissionais a fazerem o teste. Até o início de abril, 604 motoristas fizeram o exame no estado.

No primeiro mês de aplicação da lei que exige a realização de exame toxicológico em motoristas de caminhão e ônibus, 54 condutores profissionais foram reprovados em testes médicos no Espírito Santo.

A resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) entrou em vigor no dia 2 de março.

Até o dia 2 de abril, 604 motoristas das categorias C, D e E haviam se submetido ao exame para renovar a carteira ou adicionar categoria no estado. Destes, 54 foram barrados nos testes de aptidão física, que incluem exame toxicológico, de visão e respiratório.

A incidência de acidentes de trânsito envolvendo motoristas de caminhão ou ônibus que fizeram uso de algum tipo de droga é alta, segundo o Departamento de Trânsito do Espírito Santo.

“São condutores que querem trabalhar o máximo possível e acabam utilizando medicamentos ilícitos para melhorar o desempenho”, declarou o diretor de Habilitação e Veículos do Detran, José Eduardo de Souza.

A obrigatoriedade do exame toxicológico nas categorias C,D e E, pretende retirar das estradas estes motoristas, que colocam em risco a vida das pessoas.

“É uma exigência, não é opcional. O teste nos permite garantir que o motorista  não está exercendo a profissão sob efeito de alguma substância que compromete o raciocínio e capacidade de reflexão”, declarou Souza.

Exame
O exame é feito apenas quando o motorista vai renovar a CNH ou mudar para uma das categorias estabelecidas na lei. Ele consegue detectar substâncias como cocaína, crack, maconha, anfetamina e suas derivações dentro de 90 dias.

Caso o motorista seja reprovado, ele precisa esperar mais 90 dias para fazer um novo exame.

“A gente pensa que se o motorista foi flagrado usando uma vez, ele faz uso constante, mas a lei permite que ele repita o exame depois de 90 dias.
Enquanto isso, ele vai estar com a carteira vencida e não pode dirigir. Se flagrado, vai pagar pela legislação”, disse o diretor.

Com a lei, a demanda das clínicas cadastradas para realizar o exame aumentou. De acordo com o sócio do laboratório Marcos Daniel, Ricardo Neander, o exame demora em média 10 dias para ficar pronto.

“A demanda é frequente, os motoristas, principalmente os autônomos, estão procurando fazer. É um exame sério que só tem a contribuir para a segurança no trânsito”, disse Souza.

Motoristas
Os condutores profissionais capixabas confirmam que o uso de drogas é comum nas estradas. O motoristas de caminhão Carlos Alexandre Freitas, de 41 anos, acredita que a carga horária e a pressão das empresas incentivam o uso de drogas.

“Nunca usei, mas presencio colegas de trabalho usando o tempo todo. Eles querem ganhar comissão e chegar o mais rápido no destino de carga”, disse Alexandre.

O motorista Nivaldo Araújo está na estrada há mais de 40 anos e diz que já presenciou muitos acidentes em que o motorista tinha feito uso de drogas.

“É preciso fiscalizar e impedir que esses motoristas dirijam. É um risco para quem está na estrada. Essa lei fará as pessoas mais responsáveis”, comentou Nivaldo.

Liminares
Com a exigência do exame toxicológico para renovar a carteira de motorista, muitos condutores têm migrado para outros estados que não estão cumprindo a lei.

Segundo o pesquisador e coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, 10 estados têm usado liminares para que o exame não seja obrigatório.

“O problema destas liminares é que elas promovem a migração de motoristas nas fronteiras. Um motorista que faz uso de drogas vai sair do Espírito Santo e renovar a CNH na Bahia ou Minas Gerais, onde ele consegue a permissão sem passar pelo exame. Esses Estados dão a possibilidade de continuar dirigindo a um motorista que é usuário de drogas. É uma licença para matar”, afirmou.

O diretor de Habilitação e Veículos, José Eduardo de Souza, confirmou que a migração dos motoristas é real, apesar de não conseguir estimar quantos têm feito isso desde que a lei entrou em vigor.

“Não temos como quantificar quantos motoristas estão fazendo isso, mas recebemos informações das próprias clínicas de que os condutores estão renovando a carteira fora do Espírito Santo por causa da lei. Infelizmente, só o exame não é suficiente para barrar essas pessoas, mas já é um grande passo. Esperamos um dia conseguir realizar blitze que façam uma espécie de ‘drogômetro’, como é feito no caso do álcool”, disse.

Fonte: G1

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