93° Edição Nacional – Jornal Chico da Boleia

DISPARADA DOS PREÇOS: IMPACTOS NO TRABALHO E NA RENDA

O ano de 2022 está se mostrando desafiador para os trabalhadores e empresários do setor do transporte rodoviário de cargas. A elevação incontrolável dos preços dos combustíveis e, por consequência, de insumos, produtos, alimentos e serviços, tem impactado fortemente o trabalho e o consumo. E isso tem refletido na vida dos brasileiros de maneira geral e nas perspectivas de crescimento econômico.

Apesar da redução do valor de ICMS, uma das políticas que tenta conter a elevação dos preços, os economistas alertam para a possibilidade de uma nova disparada da inflação nessa reta final de 2022. Os especialistas consideram que, sem políticas que possam combater o problema a longo prazo, fica impossível manter os preços em patamares razoáveis e, portanto, uma economia saudável e sustentável.

Para nós do Jornal Chico da Boleia o preço dos combustíveis é uma preocupação diária, por isso, há anos divulgamos dados e opiniões técnicas que revelam que o Preço de Paridade Internacional, o famigerado PPI, é o grande vilão dessa história.

Instituída em 2016, essa política atrela o preço dos derivados dos combustíveis no país ao mercado internacional, ou seja, às variações do valor do dólar e dos chamados “custos de importação”. Assim, quando qualquer um desses fatores varia – em geral para cima – no mercado externo, os preços dos derivados aqui no Brasil devem ser reajustados também. A adoção do PPI, no entanto, se revela uma contradição, visto que nenhum dos países que possuem reservas de petróleo e condições de refiná-lo para consumo interno, como é o caso do Brasil, mantém tal política.

De acordo com centrais sindicais, economistas e grande parte dos trabalhadores da Petrobras, o PPI é extremamente nocivo para os consumidores, mas foi adotado porque favorece acionistas estrangeiros da estatal e de suas subsidiárias. Com a disparada dos preços dos combustíveis, o que temos é uma elevação também nos custos de produção e transporte, o que inflaciona os preços dos produtos e atinge diretamente o bolso dos brasileiros provocando uma queda significativa no poder de compra.

Para os caminhoneiros e caminhoneiras, a elevação do preço do diesel tem acarretado perda salarial, retração do frete e, em muitos casos, abandono da profissão. Para os empresários, fica cada vez mais difícil ser competitivo num mercado onde há uma participação cada vez mais deprimida em termos de consumo.

Outro problema para a categoria dos caminhoneiros é a redução dos valores da tabela de fretes. Apesar de ter registrado alta nos últimos meses para tentar acompanhar os valores do diesel, no mês de outubro deste ano a ANTT aprovou redução da tabela em quase 4%. A medida não agradou a muitos dos trabalhadores que se manifestam nas redes sociais e grupos de whatsapp, alegando que, apesar da redução do preço do diesel, os valores dos combustíveis continuam muito acima do esperado. As reclamações também apontam para a alta generalizada no preço de peças de reposição e serviços de manutenção dos veículos, o descumprimento da tabela por parte de muitos embarcadores e transportadoras e a falta de fiscalização.

Para tentar reduzir os danos dessa realidade, algumas medidas de contenção foram tomadas, como a concessão de auxílios por parte do governo federal a determinadas categorias de trabalhadores. Assim, os caminhoneiros e caminhoneiras foram contemplados com o chamado BEm-Caminhoneiro, um benefício no valor de mil reais, válido até dezembro, e que visa diminuir as perdas econômicas desses trabalhadores.

No entanto, a medida do governo federal foi encarada por muitos como “eleitoreira”, tendo em vista que foi sancionada há menos de três meses da disputa pela presidência da República. Além disso, o benefício não contempla toda a categoria e sua concessão, desde o início, foi permeada de problemas. Analisamos o assunto na nossa reportagem principal, apresentando dados e opiniões que se dividem sobre o assunto.

Nesta edição comemoramos com muita alegria e satisfação os mais de 20 mil kits de higiene distribuídos pela Rede Solidária em 2 anos de campanha. Apesar da redução substantiva no número de casos, o coronavírus continua fazendo vítimas pelo país e os caminhoneiros precisam ser apoiados no seu dia a dia pelas estradas. Desde já agradecemos a todos os parceiros e amigos que nos ajudaram a viabilizar as ações da Rede Solidária pelo Brasil.

Nas páginas da coluna “Fique por Dentro” você encontra tudo o que rolou em eventos importantes do setor que estão sendo paulatinamente retomados e realizados de forma presencial. Já em “Saúde no Trecho”, especialistas compartilham informações importantes sobre as campanhas de saúde que marcam o segundo semestre de 2022. Por fim, em “Oficina do Chico”, você vai descobrir qual melhor óleo para o motor do seu caminhão.

Boa leitura!
Chico da Boleia – A voz do setor de transportes

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