Vendas de caminhões encerra agosto com saldo positivo

Porém, quando comparado o acumulado entre 2023 e 2022, o segmento apresentou queda de 16,66%. (Foto: reprodução/Freepik)

Vendas de caminhões encerra agosto com saldo positivo

De acordo com dados da FENABRAVE, houve aumento de quase 11% nos emplacamentos de caminhões em comparação com julho

Redação Chico da Boleia

O último relatório da Federação Nacional de Veículos Automotores (FENABRAVE) revela que o mês de agosto fechou com saldo positivo no que diz respeito à venda de caminhões. Quando comparado a julho, houve um aumento de 10,59% no número de emplacamentos de caminhões. Foram 8.968 contra 8.109 entre os períodos acima citados.

Porém, quando comparado o acumulado entre 2023 e 2022, o segmento apresentou queda de 16,66%.

Segundo a entidade, apesar dos juros elevados e da restrição de crédito vivida por todo o setor, os caminhões, que ainda enfrentam os desafios da mudança de tecnologia (introdução do Euro 6), começam a se acomodar. Por outro lado, o estímulo do governo continua válido para o segmento de caminhões e vem sendo aproveitado pelo mercado.

Informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços revelam que R$ 100 milhões já foram usados por meio do programa de aquisição de veículos de transporte de cargas.

“O mercado está se ajustando em relação aos valores dos veículos e, em agosto, 77% dos caminhões emplacados foram com a tecnologia Euro 6. As MPs estão surtindo efeito e os programas de financiamento, que serão baseados na SELIC, e foram anunciados recentemente pelo Governo Federal, são benéficas ao segmento e a toda sociedade, pois contribuem para termos modelos novos e seguros nas vias brasileiras”, analisa Andretta Jr. presidente da FENABRAVE.

Setor, como um todo, fecha período com resultado estável

Para a Federação, todos os segmentos fecharam o mês de agosto (quando comparado a julho e considerando a média) com resultado estável. Já em comparação ao mesmo período de 2022, foi registrada alta de 7,2%, bem como no acumulado do ano, de 13,7%, com destaque para as vendas de motocicletas.

Segundo a entidade, somente o setor de automóveis teve baixa em relação a julho, quando os recursos das MPs foram esgotados.

“As ações do Governo Federal permitiram o acesso do consumidor, que havia perdido poder compra, aos veículos de entrada, o que demonstrou que o fator preço influencia na escala necessária para a recuperação do setor. As Medidas Provisórias foram muito importantes para aquecer, momentaneamente, o mercado, mas o resultado de automóveis, em agosto, agravado pela piora na oferta de crédito, já deixa clara a necessidade de uma política de fomento industrial de longo prazo. Isso porque algumas marcas ainda tinham saldo de veículos com descontos patrocinados a oferecer, o que fez com que o resultado não fosse ainda pior”, explica Andreta Jr.

Ainda de acordo com o representante da Federação, a evolução sobre 2022 é positiva, mas é importante lembrar que os emplacamentos tiveram um desempenho abaixo da média histórica no primeiro semestre do ano passado, devido a uma série de fatores (escassez de peças e componentes, guerra na Europa, alta nos combustíveis), e se recuperaram no segundo semestre. Neste ano, não há sinais de uma forte recuperação na segunda metade do ano.

Para Andretta Jr., a FENABRAVE está avaliando alguns projetos que poderão ser propostos ao Governo Federal, no sentido de estimular as vendas de automóveis e comerciais leves, de forma que os veículos se tornem mais acessíveis ao consumidor de menor renda, por meio de uma possível redução de preços, maior oferta de crédito, sem perda de arrecadação e visando a valorização da descarbonização do setor.

“Todo esse conjunto de fatores irá gerar a escala necessária para que o segmento de automóveis se recupere, de forma definitiva, trazendo a população de baixa renda de volta para a pista do consumo”, declarou o Presidente da FENABRAVE, que não disse quando a entidade deverá apresentar sua proposta de projeto ao Governo Federal. “Estamos em fase de simulações e isso leva tempo”, ponderou.

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