SUS completa 35 anos e amplia atendimento com foco nos caminhoneiros

(Imagem: Jerônimo Gonzales/Ministério da Saúde)

Redação Chico da Boleia

O Sistema Único de Saúde (SUS) completa 35 anos em 2025, consolidado como o maior sistema público de saúde do mundo: gratuito, universal e presente na vida de todos os brasileiros. Criado a partir da Constituição de 1988 e regulamentado em 1990, o SUS revolucionou o acesso à saúde no país. Antes dele, apenas trabalhadores com vínculo formal à Previdência Social tinham atendimento garantido, enquanto milhões dependiam da caridade ou do atendimento privado. Hoje, são 213 milhões de pessoas com direito a atendimento, e cerca de 76% da população brasileira depende exclusivamente dessa rede.

Ao longo de sua trajetória, o SUS foi responsável por conquistas que mudaram a realidade da saúde no Brasil. A ampliação da vacinação em massa permitiu a erradicação da poliomielite e o controle de doenças como sarampo e rubéola. Programas como a Estratégia Saúde da Família levaram atendimento primário a comunidades urbanas e rurais, populações indígenas e locais remotos. Além disso, o Brasil abriga a maior rede pública de transplantes do mundo, oferecendo medicamentos e acompanhamento gratuitos para pacientes transplantados.

Essa estrutura monumental realiza, todos os anos, 2,8 bilhões de atendimentos, com o trabalho de aproximadamente 3,5 milhões de profissionais de saúde. Para além do atendimento direto, o SUS também é responsável por políticas fundamentais como a vigilância epidemiológica, o fornecimento de medicamentos de alto custo, a regulação de preços de remédios e vacinas, e a coordenação de emergências em saúde pública, como foi o caso da pandemia de Covid-19.

No entanto, mesmo com tantas conquistas, os desafios persistem. A demora no acesso a consultas e exames especializados é uma das principais queixas da população. Para enfrentar esse problema, foi criado o programa Agora Tem Especialistas, que amplia o acesso em áreas como cardiologia, oncologia, ortopedia, ginecologia e otorrinolaringologia. Outro avanço recente foi a expansão da telessaúde, que já garante milhões de atendimentos virtuais, especialmente em regiões onde faltam médicos e hospitais.

Entre as novidades anunciadas este ano está uma medida que dialoga diretamente com os trabalhadores das estradas: a criação de unidades de saúde voltadas a caminhoneiros em postos de rodovias. O projeto prevê a instalação de estruturas móveis e semifixas em locais estratégicos, como postos de combustíveis, pontos de descanso e portos, todas integradas ao prontuário eletrônico do SUS.

A iniciativa reconhece as condições específicas dessa categoria, que enfrenta longas jornadas de trabalho, muitas vezes distante de suas cidades de origem e com dificuldade de manter acompanhamento regular de saúde. Nesses pontos, os caminhoneiros poderão receber desde atendimento básico até encaminhamentos para especialidades, vacinas e exames preventivos. Para quem passa dias ou semanas na estrada, esse acesso pode representar não apenas conforto, mas também salvar vidas em situações de urgência.

Ao mesmo tempo, a proposta reforça que o SUS é de todos e para todos. Da atenção primária às tecnologias mais avançadas, o sistema público brasileiro é um patrimônio coletivo. Para os caminhoneiros, significa ter saúde garantida na beira da estrada. Para os demais cidadãos, é a certeza de que há uma rede que atende desde o nascimento — com o pré-natal e o parto — até a velhice, com acompanhamento de doenças crônicas, distribuição de medicamentos e programas de prevenção.

Celebrar os 35 anos do SUS, portanto, é reconhecer suas conquistas, enfrentar os desafios que ainda existem e reafirmar o compromisso de manter viva uma das maiores políticas públicas de inclusão social já construídas no Brasil. Para a população em geral e, em especial, para quem vive na boleia, o SUS segue sendo um parceiro indispensável na garantia do direito à saúde.

*Com informações da Agência Brasil e Ministério da Saúde

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