Dia Nacional do Caminhoneiro reforça a importância dos trabalhadores para economia do país e as dificuldades enfrentadas para a manutenção da atividade

Dia Nacional do Caminhoneiro reforça a importância dos trabalhadores para economia do país e as dificuldades enfrentadas para a manutenção da atividade

Profissionais do segmento exerceram papel fundamental durante o período mais crítico da pandemia, mas foram prejudicados pela crise atual e os aumentos no preço do diesel

Redação Chico da Boleia

Nesta sexta-feira (16) é comemorado o Dia Nacional do Caminhoneiro. A data oficial foi decretada pelo ex-vice-presidente José de Alencar Gomes da Silva, por meio da lei nº 11.927, em 17 de agosto de 2009. A importância da celebração se dá pelo fato dos trabalhadores do transporte rodoviário de cargas exercerem papel fundamental não só na economia no país, como também no desenvolvimento e abastecimento de indústrias, comércios, laboratórios, empresas, dentre outros.

Esse protagonismo tornou-se ainda mais evidente durante a pandemia. Caminhoneiros e caminhoneiras permaneceram ativos mesmo com os altos índices de contágios e mortes provocados pela Covid-19, enfrentando ainda o lockdown e, posteriormente, as restrições sanitárias, diminuindo o acesso as paradas de descanso, comércios e restaurantes, deixando muitas vezes de se alimentarem e até mesmo descansarem devidamente em função das limitações impostas pela pandemia.

Um dado importante sobre os (as) caminhoneiros (as) é que são responsáveis pelo transporte de 70% das cargas em todo país. Estima-se que existam, atualmente, cerca de dois milhões de trabalhadores do transporte rodoviário de cargas no Brasil, sendo que a maioria é formada predominantemente por homens. Apesar das mulheres estarem cada vez mais conquistando seu espaço, a profissão ainda é considerada majoritariamente masculina.

A pouca valorização desses profissionais tornou-se ainda mais evidente em 2022, quando a crise econômica e os aumentos constantes dos preços dos combustíveis, principalmente do diesel, forçou muitos desses trabalhadores a venderem seus caminhões e a abandonarem definitivamente seu papel no setor. E mesmo com a ajuda oferecida pelo Governo Federal, por meio do Benefício Caminhoneiro, os mesmos continuam a enfrentar dificuldades para se manterem.

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Sergipe, em parceria com a Fundação Childhood Brasil, constatou uma mudança no perfil do caminhoneiro que atua no país, que inclui desde o aumento do uso de tecnologias para melhorar o serviço como a percepção da precarização das estradas, das condições de trabalho e da qualidade de vida.

– A avaliação é feita com os próprios caminhoneiros, ouvindo eles nas estradas, viajando o país através da imersão ecológica na pesquisa de campo. Com isso, conseguimos ter acesso a informações sobre como eles percebem o próprio cotidiano – explica o doutorando em Psicologia da UFS, Hênio Rodrigues.

A pesquisa indica ainda a diminuição da renda média familiar do caminhoneiro, caindo de R$ 3.600 em 2015 para R$ 3.200 em 2020. Esse cenário é agravado quando comparado ao valor do salário mínimo. Em 2010, por exemplo, a renda média era de 5,77 salários mínimos. Baixou para 4,55 salários mínimos cinco anos depois e, em 2021, ficou em 2,90 salários mínimos.

Outros pontos relevantes do estudo revelam que 83,6% dos entrevistados tem dificuldade de manter a atividade devido aos aumentos do preço do diesel, já 72% tem como uma das principais queixas as más condições dos postos de paradas, os quais incluem banheiros em péssimo estado (imundos) e também as alimentações nocivas à saúde. Além disso, o texto chama a atenção para a possibilidade cada vez menor do trabalhador ter/manter um caminhão próprio. No levantamento feito em 2015, 53% dos entrevistados dirigiam o próprio caminhão, mas esse número cai para 22,8% em 2021.

Os dados revelam um quadro crítico para uma das profissões mais importantes do país. É necessário estabelecer políticas públicas de apoio ao setor e aos caminhoneiros para que possam manter a atividade com dignidade, priorizando ainda a saúde e bem-estar desses profissionais que passam, em média, 11 horas ao volante diariamente. Somente a criação de um benefício temporário não irá eliminar os problemas enfrentados há décadas pelos trabalhadores do segmento.

A data de hoje precisa ser lembrada não só pela sua importância, mas também do que precisa ser feito para melhorar a vida dos (as) caminhoneiros (as).

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