Tag: albino castro

A Cisplatina de Lecor

A Cisplatina de Lecor

Albino Castro, Notícias
 por Albino Castro Quando, às margens do Ipiranga, o futuro Imperador Dom Pedro I proclama a separação do Brasil da Coroa portuguesa, em sete de setembro de 1822, somente uma voz insurgiu-se, deste lado do Atlântico, contra o grito de Independência ou Morte. Manteve-se fiel ao Império de Portugal, a contrariar o filho do Rei Dom João VI, o General Carlos Frederico Lecor, Governador-Geral da Província Cisplatina, atual República Oriental do Uruguai – que neste 2013 comemora os 185 anos de sua Independência, que aconteceria só em 1828, por imposição da Inglaterra, com a assinatura do Tratado de Montevidéu. Os ingleses fizeram a mediação da disputa pela posse territorial da Província Cisplatina, entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires, capital da então recém criada República Argentina, porque

470 anos da chegada ao Japão

Albino Castro
por Albino Castro (Edição de 7 de novembro de 2013 de Portugal em Foco) Um dos marcos deste 2013, no universo lusófono, foram os festejos de Portugal e Japão, ao longo de todo o ano, com olhar voltado para o futuro, pelos 470 anos da chegada ao arquipélago nipônico dos navegadores lusitanos, em 1543, com calendário de eventos nas duas metrópoles imperiais, Lisboa e Tóquio, bem como em Boston, nos Estados Unidos, que, em fevereiro, reverenciou, com uma preciosa exposição, a mágica arte Namban, simbiose artística de dois países tão distantes – o primeiro, localizado no ponto mais ocidental da Europa, e o outro, na extremidade da Ásia. Namban significa ‘bárbaros do Sul’ e era assim que os japoneses chamavam os portugueses. Estes foram os primeiros europeus que desembarcaram, nos primórdios
Oriente próximo e trágico*

Oriente próximo e trágico*

Albino Castro
Há 32 anos desembarquei numa Beirute destruída como a Damasco de hoje por Albino Castro-Rabay  ( para Carta do Líbano) As montanhas do Líbano que inspiraram o poeta Charles Corm, autor dos versos mais sublimes da querida pátria dos milenares cedros e deslumbraram orientalistas franceses dos séculos XVIII e XIX, como Volney e Lamartine, naquela manhã de uma terça-feira, dez de agosto, verão de 1982, encheram os meus olhos de lágrimas. O Monte Líbano, presente no imaginário de minha infância, filho de mãe libanesa, estava finalmente diante de mim – depois de vinte e seis horas de uma sobressaltada viagem num pequeno pesqueiro italiano, que partira na manhã de segunda-feira do porto cipriota de Larnaca com destino à cristã Jounieh. O trajeto deveria ser percorrido, lentamente e com segu