Rosas de Ouro põe o pé e o samba na estrada

 O Brasil possui 1,6 milhão de quilômetros de estradas, considerada a quarta maior do mundo. Em meio aos caminhos e curvas, desafios enfrentados pelos caminhoneiros: a distância e saudade da família, os perigos das estradas, as ilusões, a religiosidade e as diferentes culturas encontradas ao pôr o pé na estrada.

Nossas estradas são o principal motor do transporte de cargas: é a riqueza brasileira nas caçambas país afora, baseada na estratégia, adotada na década de 1950, de integrar o Brasil por meio das rodovias. Hoje elas representam 58% das cargas transportadas, e ali encontramos toda a variedade de nosso Produto Interno Bruto (PIB): grãos, eletrônicos, carros, animais, enfim…

Mas, para que tudo isso funcione, é preciso de alguém fundamental: o caminhoneiro. Em meio ao transporte de riquezas, o desafio de percorrer estradas, geralmente, em situação preocupante.

Em meio aos caminhos, a saudade da família, o medo dos perigos, o conhecimento de nosso chão, o contato com diversos povos e culturas – este, considerado pelos próprios motoristas, na Pesquisa CNT de Perfil dos Caminhoneiros 2016, o principal ponto positivo da profissão (47%). O ponto negativo, certamente, está na insegurança da função (60,6%).

É nesse embalo que a Rosas de Ouro vem para o carnaval 2018, com o enredo Pelas estradas da vida. Sonhos e aventuras de um herói brasileiro. Depois de um festejado quinto lugar em 2017, a Roseira aposta novamente no talento do carnavalesco André Machado, conhecido por enredos claros e objetivos – a apresentação do enredo, na quadra da escola, foi uma das mais precisas já vistas, com encenações de cada setor do tema: a partida, as orações a São Cristóvão – padroeiro dos motoristas –, os sonhos transportados do asfalto para o campo, as perigosas ilusões no meio do caminho, as tradições populares, referências no cinema e TV, e a esperada volta ao lar.

Foto: Chico da Boleia

Uma das forças da Rosas de Ouro está em seu samba-enredo, considerado um dos melhores do ano. Poético, narra cada passagem das “aventuras” do “herói brasileiro”, sob a voz histórica de Royce do Cavaco. A dupla sertaneja Maiara e Maraísa, que participaram da gravação do samba, no CD, também estarão no carro de som e, depois de darem a largada, vão para o desfile.

Em 2017, a Rosas desfilou com o galo cantando, com o sol iluminando o Anhembi. Desta vez, será a penúltima da primeira noite de desfiles (sexta-feira, 9/2).

É hora do herói colher as flores plantadas no caminho. Ele parte, deixa saudade, mas retorna com a mesma alegria depois de viver sonhos e aventuras, e passar pelas estradas da vida.

Ficha técnica
Enredo: Pelas estradas da vida. Sonhos e aventuras de um herói brasileiro
Ordem de desfile: sexta escola da sexta-feira (9/2)
Quadra: Rua Cel. Euclides Machado, 1.066
Ensaios de quadra: quarta-feira, às 22h (ingresso: R$ 10); sexta-feira, às 22h (ingresso: R$ 20)
Ensaios técnicos: 13/1 (sábado), às 23h; 27/1 (sábado), às 23h

 

Samba-enredo
Intérprete: Royce do Cavaco
Compositores: Aquiles da Vila, Guiga Oliveira, Fabiano Sorriso, JC Castilho, Marcus Boldrini, Rafa Crepaldi, Rapha SP, Salgado Luz e Vaguinho

Canta o galo ao despertar, chegou a hora
Adeus, já vou me despedir, amor não chora
Cada retrato que carrego no painel
Traz a saudade que deixei pela distância
Ôôôô meu São Cristóvão, suas mãos vão me guiar
Ôôôô Virgem Maria venha nos abençoar
E no volante o vento sopra o meu rosto
Feito um amante, ameniza minha dor
Eu levo sonhos do asfalto para o campo
O horizonte de um futuro promissor

Vem ver… A poeira levantar (levantar)
Nos caminhos desse chão, meu irmão
Pé na estrada vamos juntos por aí
Pisa fundo que o destino é logo ali

Cai a noite, o corpo padece
A lua seduz a razão
Olho no espelho, vejo a dama de vermelho
Tantos perigos nas “caronas da ilusão”
Sigo adiante mesmo tão distante
Carrego na bagagem a herança
Tantas prosas vivi, lindas rosas eu colhi
“Êta” povo festeiro, chora viola
Somos heróis a desbravar esse mundão
Amor… Abra a porta “p’reu” entrar
Chame as crianças, tô de volta ao nosso lar

Lá vou eu (Eu vou), nas curvas desse meu Brasil
Levando na boleia a flor
Razão do meu viver, vou te emocionar
Quando a Roseira passar

Fonte: Jornal SPnorte

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