Novo reajuste da Petrobras causa consequências às transportadoras

– O diesel corresponde de 35% a 50% do custo final das operações de transporte e, com essa alteração, se faz necessário repassar para o frete final ao menos 5,5% de reajuste automático – explica Adriano. (Foto: reprodução/Canva)

Novo reajuste da Petrobras causa consequências às transportadoras

Presidente do Conselho do SETCESP afirma que as consequências desse novo reajuste deixam ainda mais intolerável a situação para os transportadores

O setor de transporte rodoviário de cargas (TRC) se deparou com mais um aumento no preço dos combustíveis. No dia 17 de junho, a Petrobras anunciou um novo reajuste de 5,18% na gasolina e 14,26% no diesel. Segundo o comunicado, a partir do dia 18, a gasolina passa a apontar uma variação de R$ 0,15 por litro, enquanto o diesel constará uma mudança de R$ 0,63 por litro.

Desde janeiro deste ano, a gasolina já soma um aumento de 31,39% nas refinarias e o diesel já subiu 67,88%, conforme análise realizada pelo Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC). Para o diesel, o combustível mais utilizado pelo setor de transporte, na média nacional por litro, consta, até maio/2022, a marca de R$ 6,9410 para o S10 e de R$ 6,8819 para o S500. Com isso, as empresas transportadoras começam a debater o motivo de tantos aumentos e se preocupam com o cenário que o segmento pode enfrentar.

Para Adriano Depentor, presidente do conselho superior e de administração do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), as consequências desse novo reajuste deixam ainda mais intolerável a situação para os transportadores. “Isso acarretará em uma defasagem maior nas tarifas e o repasse imediato para toda a cadeia logística. Não tem mais como o transportador suportar esses aumentos sem o repasse rápido, e o mercado precisa absorver. Também não existe motivo para esses aumentos repentinos, uma vez que a variação cambial não está tão volátil e o preço do dólar está se mantendo, sem muita oscilação”.

Depentor continua: “O diesel corresponde de 35% a 50% do custo final das operações de transporte e, com essa alteração, se faz necessário repassar para o frete final ao menos 5,5% de reajuste automático. Portanto, volto a dizer a importância das transportadoras negociarem os contratos antigos e adicionar essa questão nos novos. Estamos em um momento inconstante”.

De acordo com o IPTC, a situação apresenta dois cenários: o aumento de 67,88% no preço do diesel, entre janeiro e junho de 2022, elevará os custos do transporte de cargas lotação em 21,87% na média geral, sacrificando mais as operações de longas distâncias (6000 km). Já para as operações de carga fracionada, o impacto médio é de 9,18%; Além disso, considerando apenas o recente aumento de 14,26% no diesel, como resultado, será elevado os custos do transporte de cargas lotação em 4,58% na média geral e 1,92% de impacto para as operações de carga fracionada.

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