Mulheres conquistam espaço em áreas predominantemente masculinas

Foi-se o tempo em que algumas profissões eram exercidas conforme o gênero sexual. Mesmo que a passos lentos, podemos observar uma mudança de cultura. As mulheres estão exercendo atividades antes desempenhadas apenas por homens. Mesmo os serviços mais pesados estão abrindo as portas para esta nova geração de trabalhadoras, que, em grande parte, são provedoras do sustento da casa.

Essa inserção foi gradativa, afinal vivemos em uma sociedade patriarcal, na qual predominava até os anos 50 o modelo de mãe e dona de casa exemplar, enquanto o pai era o provedor. Esse estereótipo contribuiu para a exclusão de mulheres do mercado de trabalho por um bom tempo. Porém, especialmente pelo atual cenário econômico, em que o homem não consegue mais sustentar a casa sozinho, isso tem mudado.

Outro ponto favorável às mulheres é o nível de escolaridade, que é superior ao dos homens. Em pesquisa realizada pelo IBGE, as mulheres ocupam 55,1% das vagas nas universidades brasileiras. Quando o assunto é pós-graduação, elas correspondem a 53,5% dos mestres do País. E isso tem chamado a atenção dos contratantes, além de outras características inerentes às mulheres, como sensibilidade, percepção e bom relacionamento.

As áreas em que a presença dessas mais se destaca são engenharia, informática e construção civil. Há ainda aumento na porcentagem delas em cargos de gerência e diretoria. Com isso, o número de executivas de alto padrão tem aumentado no País. A tecnóloga em Construção de Edifícios e estudante de Engenharia Civil Lara Batista, 24, conta que nunca pensou em não cursar Engenharia por ser um curso dominado por homens.

“Meu pai é engenheiro, e foi o primeiro a incentivar a mim e a minha irmã a cursarmos Engenharia. Ele disse que ser mulher não seria o empecilho, mas um desafio, e é isso que tem sido para mim desde 2011. Nós mulheres nos esforçamos mais, somos mais organizadas e mais detalhistas e isso contribui para um bom trabalho, seja no canteiro de obras ou na parte administrativa”, destaca a tecnóloga.

Sobre preconceito, Lara afirma que nunca sofreu diretamente, pois sempre que iniciava um trabalho, principalmente nos estágios, os engenheiros responsáveis conversavam com os encarregados e pediam respeito. “Mesmo assim, sempre tomei cuidado com as roupas. Isso é uma escolha minha”, diz ela.

Quem também se destaca na área de Engenharia Civil é a gerente de Incorporação Lyvia Mendonça Queiroz. Segundo ela, hoje 90% dos gerentes de Incorporação são homens e que foi conquistando seu espaço na empresa em que trabalha desde que era estagiária. Lyvia afirma que passou por todas as etapas, subiu degrau por degrau, com muito esforço e dedicação à profissão.

“Aqui na empresa não vejo muita diferenciação por gênero e cada um tem seu espaço, seja homem ou mulher, mas ainda há lugares onde chego e me confundem com arquiteta. Mas a engenharia sempre foi uma profissão dominada por homens até pouco tempo atrás. Ainda bem que essa realidade vem mudando e as mulheres estão mostrando que também têm capacidade de estar neste mercado de trabalho”, destacou a gerente.

Casada com a estrada

Isadora Aparecida Costa se diz casada com a estrada. Motorista de caminhão de transporte de cargas há cinco anos, hoje com 27, já passou por dois casamentos e está solteira. Ela explica que seu sonho sempre foi dirigir caminhão e que o primeiro marido, que também era caminhoneiro, lhe ensinou a profissão que exerce hoje e que tanto ama, e que é capaz de escolher o trabalho em vez de um casamento estável.

“Desde criança tenho esse sonho e fui atrás de conquistá-lo. Já recebi proposta para deixar a estrada, mas escolhi meu trabalho. Não o troco por homem nenhum. No começo sofri preconceito, porque a maioria dos motoristas é homem e eles são machistas e não aceitam que a gente ganhe o mesmo ou mais que eles”, detalhou.

A motorista conta que é a caçula de cerca de dez mulheres que trabalham na transportadora em Aparecida de Goiânia. “Hoje, em muitas paradas pelas estradas brasileiras, encontro muitas mulheres que também exercem a profissão. E isso é muito bom. Nós estamos conquistando o nosso espaço e sendo independentes”, afirma Isadora, que leva na cabine seus ursos de pelúcia como companhia.
(Daniela Ribeiro)

Fonte: Diário de Aparecida | Via: Ntc&Logistica

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