Mulher na pista: a única entre 174 caminhoneiros

Em meio aos homens, Anailê é motorista do Porto de Capuaba e carrega carga pesada
Ela é única entre 174 homens. Não conta com o apoio de todos, tem dificuldades com o material de trabalho, no caso, o caminhão literalmente caindo aos pedaços, mas continua firme no propósito de ajudar sua família com o trabalho de caminhoneira.

Grávida de cinco meses, Anailê Santos Goulart, 25 anos, aventurou-se nesse ambiente dominado por homens. Ela conta ter apoio de, no máximo, 15 pessoas. “Todos os dias alguém aqui bate com o caminhão. Então pensavam que eu iria bater também”, relata.

Foto: Marcelo Prest

Anailê, 25 anos, caminhoneira depois de largar o emprego de secretária

O marido dela, o também caminhoneiro Lucius Hauni, 27, explica que a rejeição vai muito além do preconceito de que mulher não dirige bem. O problema? Ela abriu um precedente…

“Não querem misturar esposa com trabalho. Ela abriu um leque para outras mulheres. Existem outras três esposas que querem trabalhar como caminhoneira”, diz o marido de Anailê.

Apesar da resistência, ao andar de caminhão pelas ruas de Vila Velha, ela chama a atenção de forma positiva. “Não tem uma viagem que alguém não mexa, mas nunca foi de maneira ofensiva, desagradável”, diz.

Os dois trabalham no Porto de Capuaba, em Vila Velha, e carregam toneladas de mercadorias dentro do próprio município. Viagens longas não fazem parte dos planos de Anailê.

“Viajar não pretendo. Pelo menos não com esse caminhão”, diz Anailê, ao reconhecer os problemas do veículo.

Anailê sonha em participar do quadro “Lata Velha” do “Caldeirão do Huck”, que reforma veículos

Início

“Comecei pela necessidade. Pensava: vou ganhar mais dinheiro, fazer meu próprio horário. Mas não é bem assim. Trabalho 24 horas por dia”, relata.

A necessidade é ficar mais tempo com o filho Eduardo, de 4 anos. Antes de assumir o volante e as duas caixas de marcha do caminhão, ela trabalhava como secretária.

Depois de anos de preparo até alcançar a Carteira Nacional de Habilitação, na categoria E, a mais alta, a família investiu na compra de um caminhão para ela. O escolhido é um datado de 1973. Por enquanto, o veículo está parado e recebendo os reparos necessários para retornar ao serviço.

Lata Velha

A família espera conseguir ser escolhida para participar do quadro “Lata Velha”, do programa “Caldeirão do Huck”, da TV Globo. A família criou a comunidade “Anailê no Lata velha do Caldeirão do Huck” no Facebook, e a página já recebeu 3.152 curtidas.

“Nunca vi um caminhão no ‘Lata Velha’. Vou me apegar a isso”, aponta Anailê sobre o que seria o diferencial do veículo para entrar no programa.

Fonte: Gazeta Online

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