Michelle de Jesus fala sobre sua primeira etapa na Fórmula Truck

Durante as atividades da segunda etapa do GP Crystal de Fórmula Truck, realizadas entre os dias 12 e 14 no Autódromo Internacional de Curitiba, Chico da Boleia esteve atento às novidades. Depois do término da corrida deste domingo, que teve o piloto Leandro Totti, da RM Competições, em primeiro lugar mais uma vez, Chico da Boleia conversou com a estreante Michelle de Jesus e seu treinador, Renato Marlia.

Michelle de Jesus durante a coletiva de imprensa. Foto: Larissa J. Riberti

A paulista natural de Jundiaí já pilotou no Campeonato Paulista de Marcas, na Mercedes-Benz Grand Challenge e no Mitsubishi Lancer Cup. Agora, com o caminhão de número 33, Michelle espera ganhar experiência e desenvolver um bom trabalho juntamente com sua nova equipe, a ABF Motorsport.

Ao lado de Debora Rodrigues, Michelle representa um universo feminino ainda pequeno, mas importante e crescente na Fórmula Truck.  Sobre elas recai, muitas vezes, uma imensa expectativa do público e da própria categoria. Vestindo um macacão preto e rosa, a piloto forma dupla com seu companheiro de equipe, Fabiano Brito.

Os desafios para a estreante foram muitos durante o final de semana. Após ter realizado todos os treinos livres na pista seca, Michelle fez seu primeiro treino classificatório debaixo de chuva. Justamente por esse motivo e, segundo o regulamento, o treino classificatório reuniu todos os pilotos para que, de uma vez, fosse definido o grid de largada do domingo.

“Foi o meu primeiro treino classificatório, eu esperava andar no seco e, de repente, veio a chuva. Não foi nada fácil, toda acelerada na reta ou qualquer possibilidade do caminhão aquaplanar na pista gera uma tensão. Espero poder aprender a dominar esse “monstrinho”, que eu carinhosamente apelidei de “Baby Truck”, ao longo do ano”, comentou Michelle depois de ter consigido a 22a posição no grid.

Nas várias entrevistas que deu no final de semana, Michelle de Jesus afirmou repetidas vezes que seu maior objetivo era cruzar a linha de chegada. No entanto, há oito voltas do final da corrida, a piloto teve que abandonar a prova por problemas mecânicos. Após o término da segunda etapa da 19a temporada da Fórmula Truck, Michelle conversou com Chico da Boleia mais uma vez.

Ao contrário da chuva que no sábado atrapalhou os seus planos durante o treino classificatório, a piloto disse que, apesar de andar no seco na corrida de domingo, ainda não se acostumou com o radar na pista que limita a velocidade na reta principal em 160 km. Vale lembrar que toda vez que um piloto ultrapassa o limite de velocidade no radar, é preciso que ele passe pelos boxes para cumprir a penalidade pela infração.

“Eu ainda não peguei o jeito desse radar. Passei duas vezes a 161 km pra tentar aproveitar ao máximo a velocidade do caminhão e tive que pagar as penalizações. Mas acabei voltando para a corrida e dava para brigar, porque eu estava em 15o, mas o turbo acabou estourando e eu encostei o caminhão”, explicou.

Michelle de Jesus durante a volta de apresentação. Foto: Larissa J. Riberti

Além de Michelle, mais sete pilotos não conseguiram concluir a prova. Para a piloto, no entanto, a quebra não é motivo para se lamentar. “O importante é que eu consegui acompanhar o ritmo. Eu fui ver o tempo, volta a volta, e virei o tempo junto com outros pilotos do pelotão do meio”, afirmou Michelle que concluiu várias voltas com tempos regulares que ficaram na casa do 1m44s00, tendo baixado o tempo para, aproximadamente, 1m42s00 em uma de suas voltas.

“Eu estou feliz e gostei muito. Acredito que consigo melhorar se o caminhão não quebrar e se eu não queimar o radar”, concluiu.

Quem esteve ao lado de Michelle durante todo o final de semana foi seu treinador – a quem ela chama de coach – Renato Marlia. O piloto já foi chefe de equipe na Stock Car e tem grande bagagem no automobilístico brasileiro e internacional. Para ele, o desempenho da nova piloto apresentou pontos bastante positivos.

“A Michelle fez uma ótima largada, ela se posicionou muito bem. Ela está tendo um pouquinho de deficiência no radar, visto que queimou duas vezes na corrida. Radar é uma coisa muito difícil de você acertar a velocidade e isso compromete o desempenho. Mas isso acontece com os melhores pilotos da Fórmula Truck, então é natural que ela sinta essa dificuldade inicial”, comentou.

Marlia ainda frisou que um trabalho constante e atento a esses pequenos detalhes pode favorecer a melhora da piloto e o aumento da sua qualidade na pista. “Ela teve algumas disputas durante a corrida, inclusive com a Debora. Foi muito interessante. Daqui pra frente ela vai se sentir mais segura com o caminhão, é um processo que leva algum tempo”, ressaltou.

Caminhão #33 de Michelle. Foto: Larissa J. Riberti

Sobre a quebra de turbina que fez com que Michelle abandonasse a prova, Marlia ainda não tem a resposta exata para identificar e corrigir o problema. “É difícil apontar uma causa. O nosso outro caminhão, por exemplo, não quebrou nenhuma turbina. Pode ter sido sujeira, uma pedra que enroscou. Eu ainda não sei o que aconteceu, nós vamos analisar isso na oficina e corrigir o problema para a próxima corrida”, analisou Renato.

A terceira etapa do GP Crystal de Fórmula Truck, está marcada para o dia 18 de maio e será realizada em São Paulo, no Autódromo de Interlagos. Para o próximo mês, Michelle de Jesus espera conseguir se preparar para uma pista que exige muito motor e durabilidade do equipamento. “Espero fazer uma prova constante e tentar ficar na pista. Tomara que eu consiga terminar a corrida, esse é meu maior objetivo”, concluiu.

 

Redação Chico da Boleia
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