Mais de 70 mil novos casos de câncer de próstata devem ser registrados no país até o fim do ano

(Foto: divulgação/Chico da Boleia)

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que, no país, podem ser registrados 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano, somente no triênio 2023-2025. Segundo a entidade, este tipo de câncer é a segunda principal causa de morte na população masculina do país.

Por isso, durante todo o mês, é realizada a campanha Novembro Azul, iniciativa que ajuda na prevenção e combate a esta patologia. Porém, vale esclarecer aqui o que é a próstata: é uma glândula do sistema reprodutor masculino, semelhante a uma castanha. Localizada abaixo da bexiga, sua principal função, junto com as vesículas seminais, é produzir o esperma.

É importante destacar que o câncer de próstata em estágio inicial, normalmente, não apresenta sintoma. Porém, no quadro avançado da doença, podem ser identificados os seguintes sinais:

  • Micção frequente;
  • Fluxo urinário fraco ou interrompido;
  • Vontade de urinar frequentemente à noite (Nictúria);
  • Sangue na urina ou no sêmen;
  • Disfunção erétil;
  • Dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos se a doença se disseminou;
  • Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.

O médico Pedro Ismael, especialista em oncologia clínica no Centro de Tratamento Oncológico (CTO) Petrópolis e Três Rios, conta que, no mundo, um milhão e meio de homens são diagnosticados com câncer de próstata. No Brasil, são 70 mil novos diagnósticos por ano, com 16 mil óbitos.

“Como fatores de risco para o câncer de próstata, o primeiro deles é a idade, né? Então, quanto mais um homem vive, maior risco para desenvolver o câncer de próstata, principalmente acima dos 50 anos de idade. Outro fator como a raça do indivíduo, principalmente a negra, também apresenta um risco aumentado de ter câncer de próstata. Uma dieta hipercalórica, pobre em verduras, frutas, fibras, tem uma tendência para aumento de risco dessa doença”, destaca Ismael.

O especialista explica ainda que a genética contribui para o desenvolvimento do câncer de próstata. Caso o homem tenha alguém na família (com parentesco de primeiro grau) diagnosticado com a patologia ou com histórico familiar, há um risco de 2 a 5 vezes mais desenvolver a patologia.

“Quais são os fatores de proteção para o câncer de próstata? Atividade física, manter um peso corporal adequado, uma boa alimentação, evitar álcool e evitar cigarro. Quais as formas de rastreamento do câncer de próstata? Existem duas formas principais: um é o PSA, que é o antígeno prostático específico, que é o exame realizado no sangue. Quando em níveis elevados, pode indicar um aumento do risco de câncer de próstata. Um outro exame associado a esse, que é essencial, é o toque retal, onde a gente avalia a consistência e outros fatores da glândula prostática”, ressalta o médico.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia e a Associação Europeia de Urologia, o exame de rastreamento deve ser realizado quando iniciar o de PSA, que ocorre, geralmente, a partir dos 50 anos de idade. Porém, se o paciente tem algum familiar de primeiro grau com diagnóstico de câncer de próstata, ou tem a raça negra, esse exame pode começar aos 45 anos de idade.

“E se você tem algum desses fatores de risco que eu descrevi, a partir dos 40 anos de idade. E como é feito o tratamento do câncer de próstata? Isso vai ser individualizado. Vai depender da idade, das comorbidades, da estratificação de risco, dos exames de estadiamento. Então, cada caso é um caso. Existe tratamento com cirurgia, com radioterapia, com bloqueio hormonal, com uso de quimioterapia, uso de antiandrogênio de nova geração, uso de antiandrogênio de nova geração associado à quimioterapia, uso de medicina nuclear. Então, temos muitas possibilidades terapêuticas para o câncer de próstata. O principal é se você sentir algum sintoma urinário, procurar um serviço de saúde direcionado e relatá-los para fazer a investigação necessária,” concluiu o oncologista.

Sobre o câncer

De acordo com o Ministério da Saúde, câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, essas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.

O INCA informou que o país deve registrar 704 mil novos casos de câncer no triênio 2023-2025, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, as quais concentram cerca de 70% da incidência da doença.

O levantamento mostra que o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

*Com informações do INCA e Ministério da Saúde

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