BEm Caminhoneiro divide opiniões entre trabalhadores autônomos do setor

Número de trabalhadores beneficiados atualmente representa menos da metade dos 870 mil caminhoneiros cadastrados no RNTRC, segundo dados da ANTT. (Foto: reprodução/Pixabay)

BEm Caminhoneiro divide opiniões entre trabalhadores autônomos do setor

Medida é interpretada como “eleitoreira” e, a longo prazo, não resolve o problema da alta do óleo diesel

Por Larissa Jacheta Ribeiro

O Benefício Emergencial aos Transportadores Autônomos de Carga (BEm Caminhoneiro), também conhecido como Auxílio Caminhoneiro, foi uma das ajudas que integrou o pacote de medidas da PEC Kamikaze. Assim, desde agosto, os transportadores autônomos estão recebendo uma cota mensal de R$ 1.000. Para recebê-la, os caminhoneiros devem ter feito o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTR-C) até 31 de maio de 2022 e estar com a situação em “ativo” até 27 de julho deste ano. Além disso, os motoristas devem ter CNH e CPF válidos.

Não é necessário comprovar a compra de óleo diesel para ter direito ao valor. O benefício também contempla o Caminhoneiro MEI, desde que o transportador autônomo de cargas esteja cadastrado no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTR-C) até 31 de maio de 2022. Mas a concessão do benefício e as dificuldades em seu acesso têm dividido as opiniões entre os caminhoneiros.

Para Moises Oliveira, caminhoneiro há 24 anos e natural de Santo Antônio de Jesus, Bahia, a medida do presidente Bolsonaro pode ser caracterizada como “esmola e compra de votos”.

– O auxílio é até dezembro, então em janeiro acabou tudo. O presidente só está esperando ganhar essa eleição. Até eu se estivesse lá, não dava só mil reais de parcela não, eu dava era dois mil. Independente de auxílio, eu não vou apoiar esse governo que esquece da gente durante o mandato inteiro e só lembra quando a eleição tá chegando – destaca o caminhoneiro.

Roberto Amaral Campos, caminhoneiro de Contagem, Minas Gerais, discorda. Para ele o auxílio veio em boa hora, já que muitos caminhoneiros estão abandonando a profissão por conta da elevação do preço do óleo diesel, das peças de reposição e dos serviços de manutenção.

– Eu já dei entrada no auxílio e com o dinheiro das primeiras parcelas comprei dois pneus novos para a dianteira do meu caminhão, que eu estava precisando trocar há algum tempo e não tinha condições. Agradeço muito pela ajuda pois na minha vida inteira, e eu tenho 45 anos de profissão de caminhoneiro autônomo, foi a primeira vez que alguém nos ajudou”, destacou.

Marcos Ribeiro dos Santos, de Jacareí, interior do São Paulo, também aplaudiu a medida, mas relatou que não conseguiu solicitar o auxílio a tempo de receber as duas primeiras parcelas depositadas no início de agosto.

– Eu fiz a solicitação conforme as orientações que deram, tenho RNTRC e trabalho como autônomo, mas o dinheiro não caiu. O que me disseram é que eu tive um problema com o meu cadastro”, relatou.

Santos informou ainda que reenviou as informações e a autodeclaração, cujo prazo máximo era 29 de agosto, mas ressalvou que não tem muita confiança de que irá receber o auxílio. As orientações sobre o cadastro e a responsabilidade pelo pagamento do auxílio é do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP).

Santos é um dos milhares de caminhoneiros autônomos que não conseguiram receber o Auxílio Caminhoneiro. De acordo com o próprio Ministério do Trabalho e Previdência (MTB), após análise das primeiras requisições, 190.861 caminhoneiros foram considerados aptos a receber os valores depositados em agosto desse ano.

Depois de duas prorrogações para o envio da autodeclaração, documento necessário para que os caminhoneiros possam receber o auxílio, os números atualizados do Ministério do Trabalho mostram que, no mês de outubro, mais de 360 mil caminhoneiros e 297 mil taxistas estão recebendo as parcelas.

No entanto, esse número representa menos da metade dos 870 mil caminhoneiros cadastrados no RNTRC, segundo dados da ANTT que podem ser consultados na aba “RNTRC em números” do site https://portal.antt.gov.br/rntrc.

Em entrevista ao jornal Brasil de Fato, o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti, já havia alertado para o baixo número de pagamentos efetuados até agosto. Para o representante, isso demonstra a incapacidade do governo de planejar e executar uma medida tão necessária à categoria.

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