Após pressão de caminhoneiros, tabela do frete é reajustada em 4,13%

Reajuste na tabela do frete é mais um aceno do governo para conter a insatisfação dos caminhoneiros Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

Medida vem após ameaça de nova greve de motoristas; nova tabela do frete foi publicada nesta quarta-feira

Pressionada pelos caminhoneiros, que ameaçaram fazer uma nova paralisação nacional, a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) reajustou a tabela com os preços mínimos para o frete rodoviário. A alta média nos valores será de 4,13%, segundo o órgão.
A nova tabela do frete foi publicada nesta quarta-feira depois de um grupo de representantes de caminhoneiros e de motoristas autônomos se reunir com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. No encontro, na última segunda-feira, o governo se comprometeu a atrelar o reajuste da tabela do frete à alta no preço do óleo diesel.

Além disso, garantiu que irá intensificar a fiscalização do cumprimento do piso mínimo do frete. Após o encontro, os caminhoneiros descartaram uma nova paralisação nas próximas semanas.

A ANTT publicou a nova tabela depois que o óleo diesel subiu 10,69% na comparação com janeiro, conforme o órgão. Hoje, a lei determina que a tabela seja reajustada sempre que preço do óleo diesel tenha oscilação superior a 10%. Além disso, está em andamento uma consulta pública para estabelecer as regras gerais, a metodologia e os indicadores da tabela de frete.

A nova tabela do frete é mais um aceno do governo do presidente Jair Bolsonaro para conter a insatisfação dos caminhoneiros nas vésperas da greve de maio de 2018 completar um ano. O movimento do ano passado paralisou o país por mais de uma semana e gerou uma crise de abastecimento, principalmente de combustíveis, nas principais cidades.

O receio do governo com uma nova greve ficou mais claro há menos de duas semanas, quando Bolsonaro ligou para o presidente da Petrobras,Roberto Castello Branco, e pediu para a estatal suspender um reajuste de 5,7% no preço do óleo diesel. A companhia recuou e segurou a alta no combustível. A medida gerou reação no mercado, que teme interferência na estatal.

Após a repercussão negativa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que a Petrobras é livre para definir sua política de preços, mas disse que a estatal precisa ser mais transparente no processo para a definição dos valores dos combustíveis. Em seguida, a estatal acabou anunciado um reajuste de R$ 0,10 no litro do diesel. O valor do combustível é uma das principais reclamações dos motoristas.

Apesar da alta no diesel, o governo anunciou outras medidas para os caminhoneiros. O Palácio do Planalto garantiu R$ 2 bilhões para investimentos em rodovias federais, um crédito total de R$ 500 milhões via BNDES para caminhoneiros autônomos, e a construção de pontos de repouso em rodovias.

Fonte: O Globo

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