18ª Exposafra de Paranaguá apresenta soluções logísticas e novidades do setor

Durante os dias 5 e 8 deste mês, o Porto de Paranaguá (PR) recebeu a 18ª EXPOSAFRA.  A Feira de Negócios para Transportadores aconteceu num contexto de modernidade e em pleno pico da safra de grãos.  Promovido pelo Grupo Tudo em Transporte com apoio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), o evento atraiu caminhoneiros autônomos e empregados, que estavam em pleno embarque da safra de grãos no Porto e puderam se programam para visitar os estandes gratuitamente.

A oportunidade foi ideal para conhecer em primeira mão as mais recentes novidades do setor de transporte rodoviário de cargas. Durante os quatros dias, estima-se que mais de 5 mil caminhoneiros marcaram presença no evento. O caminhoneiro ainda pode avaliar o desempenho dos caminhões mais modernos do mercado, percorrendo os 3 km de pista desenvolvida especialmente para um perfeito test drive.

Entre as atividades realizadas, aconteceu o Workshop Programa Nacional de Segurança nas Estradas – Cenários e Perspectivas. Uma equipe do Sest/Senat também esteve de plantão para avaliar a condição física dos caminhoneiros, além de dar dicas sobre os cuidados com a saúde. O evento ainda disponibilizou treinamentos e shows para informar e divertir os participantes.

Quem marcou presença na Feira, foram os representantes da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) com um estande onde o público pode conhecer, por meio de vídeo, folder e outros materiais institucionais o desempenho dos portos paranaenses e os projetos de ampliação de uma das mais importantes estruturas logísticas do País.

Escoamento de grãos

De acordo com os dados, os embarques da safra brasileira de grãos – especialmente do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – pelo Porto de Paranaguá, nos quatro primeiros meses do ano, já somam mais de 4 milhões de toneladas. A expectativa é que o escoamento atinja seu pico nestes meses de maio e junho. E é justamente nesse período que o fluxo de caminhões carregados de soja, milho e farelos chega a uma média diária de 1,5 mil a 2 mil veículos.

Uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (Esalq – USP) mostra que o país é o segundo maior produtor de soja de todo o mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O Brasil também figura entre os principais exportadores do grão.

Grande parte da movimentação de transporte e escoamento dos grãos de soja no Brasil acontece nos portos de Santos e Paranaguá. No entanto, é possível notar uma crescente participação das regiões norte e noroeste nas rotas de transporte deste e de outros produtos.

As filas e a falta de infraestrutura para o armazenamento e escoamentos dos grãos são os principais problemas que afetam o setor logístico brasileiro, gerando o que os especialistas chamam de “gargalo logístico”. Além de acarretar longos tempos de espera para a carga e a descarga, essa lacuna gera custos e diminui a eficiência do mercado.

No artigo “A Logística do escoamento da safra brasileira”, publicado em 2006, o pesquisador José Vicente Caixeta Filho – Engenheiro Civil, Doutor em Engenharia de Transportes e Professor Titular do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo – explica os desafios logísticos do país.

Segundo ele, “em um país de dimensões continentais como o Brasil, economias com a logística podem vir a representar o diferencial de sustentabilidade para o agronegócio da soja. Particularmente, tais economias podem vir a se tornar mais significativas para as áreas de produção (no cerrado, principalmente) que se encontram distantes dos principais portos (particularmente, dos não necessariamente tão eficientes terminais localizados em Santos e Paranaguá), com articulações rodoviárias normalmente em condições bastante precárias (implicando fretes mais caros que os eventualmente praticados em ferrovias e/ou hidrovias)”.

No entanto, tal necessidade esbarra numa estrutura de armazenamento ainda em fase de implantação ou mal localizada, “principalmente em termos da capacidade disponível para armazenamento dentro das propriedades agrícolas, o que tem obrigado produtores a escoar suas safras imediatamente após a colheita, o que acaba por gerar longas filas nos portos e maiores riscos de se sujeitar não necessariamente ao melhor preço de venda da soja e muito comumente a valores de pico para o frete rodoviário”, explica.

Essa realidade pode acarretar o que os mais pessimistas chamam de “apagão logístico”. Caixeta Filho ressalta que projetos de infraestrutura logística que possam beneficiar tanto o transporte quanto o armazenamento, apresentam boas soluções para a questão. “Por exemplo, uma série de novos corredores de transporte vem se consolidando no país, os quais deverão resultar uma clara reorientação de nossa matriz de transportes – ainda predominantemente rodoviária”, frisa o pesquisador que cita o caso dos corredores Centro-Norte e Noroeste.

Entrevistas.

Chico da Boleia foi acompanhar de perto as novidades do setor e as discussões sobre infraestrutura portuária e rodoviária no Brasil. Ele conversou sobre o assunto com Mauricio Correa, Diretor de Marketing da Iveco.

Como novidade, a montadora apresentou produtos com soluções tecnológicas especialmente desenvolvidas para facilitar o trabalho dos caminhoneiros. “Como você frisou muito bem, no ano passado fomos campeões da Fórmula Truck com um caminhão Hiway, lançado no ano passado e pilotado por Beto Monteiro. Para esse ano, apresentamos aqui na Exposafra o test drive desse caminhão, que possui uma tecnologia embarcada muito alta”, disse Correa ressaltando ainda a grande demanda de curiosos e potenciais clientes querendo conhecer a nova linha.

A Iveco ainda montou seu estande pensando na possibilidade de interagir melhor com o público. De acordo com o Diretor de Marketing, a montadora inovou e apresentou o personagem que tem sido considerado o “amigo do caminhoneiro”.

“Estamos lançando nessa feira nosso mais novo projeto, o “amigo Tector”, um caminhão da Iveco. Temos dois Tector aqui, um está sendo usado para test drive e o outro, literalmente, conversa com as pessoas. É o primeiro caminhão que fala, ouve, brinca, questiona e também dá prêmios para o público. Programamos a atração para acontecer na parte da noite e no primeiro dia da Feira a repercussão já foi enorme. As pessoas têm gostado bastante”, explicou Correa.

Chico da Boleia perguntou se existe algum projeto da Iveco que permita que os caminhoneiros autônomos possam adquirir esses caminhões com alta tecnologia embarcada e capacidade de interação com os motoristas.

Mauricio Correa explicou que a montadora leva bastante em conta esse fator. “O que a gente percebe é que boa parte dos caminhoneiros, desejam se tornar um pequeno empresário adquirindo seu caminhão. Para esse público nós temos uma modalidade de financiamento chamada Consórcio Iveco, através do qual o caminhoneiro pode adquiri seu próprio caminhão com prestações menores e que cabem no bolso. Porque nós já percebemos que ele não consegue crédito no banco por conta das dificuldades de comprovar a renda. E fora isso a gente acredita também, como tudo na vida, que a montadora possa conquistar mais espaço no mercado e aumentar ainda mais essas vantagens.”, explicou.

Redação Chico da Boleia

A pesquisa e o artigo citados nesta matéria podem ser acessados em: http://www.cepea.esalq.usp.br/

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