Suzano inicia operação com carretas de 52 metros em Três Lagoas (MS)

Carminhão de 52 metros, com seus carretas engatadas, lançado pela Suzano (Foto: Raphael Salomão/Ed. Globo)

São 12 conjuntos em atividade dos 19 que devem estar rodando nas estradas internas da companhia até abril de 2020

A Suzano lançou oficialmente, nesta quinta-feira (12/12), na unidade de Três Lagoas (MS), uma operação logística baseada em caminhões com seis carretas engatadas, o chamado hexatrem, que tem 52 metros de comprimento e capacidade para cerca de 200 toneladas de toras de eucaliptos. Atualmente, estão sendo usadas 12 composições, que só percorrem as estradas internas da empresa com o objetivo de aumentar a produtividade nas operações florestais.

A ideia de trabalhar com essas composições começou a ser desenvolvida há pelo menos dois anos, dando sequência de um projeto de interconexão das plantações de eucalipto e de desenvolvimento de uma operação off road. Até 2015, a empresa movimentava cargas apenas em caminhões com três carretas (tritrem). Em 2017, incluiu as composições com cinco (pentatrem), quando também foi construído um túnel sob a rodovia BR-158, que consumiu investimentos de R$ 8 milhões.

“A nossa produção mais que dobrou de tamanho e precisávamos atender essa demanda com a mitigação de impactos. E a nossa base florestal nos permitiu trazer essa solução inédita”, disse o responsável pelas operações florestais da Suzano em Mato Grosso do Sul, Mário Grassi, em apresentação para jornalistas e funcionários de outras unidades da companhia.

Os testes com a composição de seis carretas começaram a ser feitos em 2018. Em julho deste ano, foi feita a primeira operação. Nas contas da empresa, o ganho de produtividade é de 53% em relação ao tritrem. Na mesma comparação, o consumo de combustível é estimado em 21,5% a menos. A redução de custos operacionais é estimada em 30%.

“O cavalo (caminhão) é a parte de maior custo e o combustível também. Quando agregamos uma maior volume no mesmo caminhão, conseguimos essa redução”, explicou o diretor de operações florestais sul da Suzano, Caio Zanardo.

O projeto de implantação dos hexatrens consumiu investimentos de R$ 22 milhões, desde a compra dos caminhões, carregadeiras e a estrutura de manutenção. A Suzano tem 19 caminhões aptos para a operação. Sete ainda puxam cinco carretas, mas devem passar a puxar seis a partir de abril de 2020. A empresa estima que cerca de 35 tritrens deixarão de circular nas estradas com essa operação. Também para o ano que vem, já está prevista ainda uma ampliação da frota para 28 hexatrens.

“A operação foi gradativa para desenvolver a tecnologia e a segurança desse tipo de modal. Neste momento, não estamos pensando em composições ainda maiores porque há desafios técnicos para vencer”, disse Alan Brehmer, gerente de logística florestal.

Segundo os executivos, a empresa avalia, atualmente, pelo menos 15 projetos de melhoria de operações logísticas para suas diversas unidades. Replicar projetos como o de Mato Grosso do Sul, no entanto, depende, principalmente, de avaliação das condições de infraestrutura em outro locais.

Ao todo, a Suzano (como a empresa passou a ser chamada depois da fusão da Suzano Papel e Celulose com a Fibria) opera dez unidades industriais no Brasil, além da Veracel, em parceria com a Stora Enso. A capacidade atual é de produzir 10,9 milhões de toneladas de celulose e 1,4 milhão de toneladas de papel. A unidade de Três Lagoas representa 35% da produção total da companhia.

Operação customizada

Fornecedora do caminhão para a Suzano, a Volvo informou ter atendido à demanda de forma customizada. Os veículos, já apropriados para a operação florestal, passaram por adaptações de chassis, suspensão, transmissão e motorização para aumentar a capacidade de tração. Segundo a empresa, o modelo de série sai da fábrica com 460 cavalos de potência. O da Suzano tem 540.

O gerente de engenharia de vendas da Volvo do Brasil, Jeseniel Valério, explicou que foram agregadas tecnologias já adotadas em outros produtos para grandes capacidades de carga. O projeto do hexatrem levou cerca de dois anos e foi feito pelo departamento de caminhões vocacionais da empresa, que possui clientela em setores como florestal, cana-de-açúcar, construção e mineração.

“Foi um investimento mais de horas de engenharia do que propriamente de produto. Nosso produtos já existiam em outras aplicações. Foi a soma de tudo isso que fez existir esse cavalo com essa capacidade”, contou o executivo.

Foto: Alisson de Metrio

De acordo com o executivo, a decisão da Volvo de investir no segmento de caminhões vocacionais foi tomada há pelo menos quatro anos. Atualmente, o segmento representa cerca de 20% das vendas da Volvo no Brasil. A expectativa para 2020 é elevar essa participação para 25%, baseado em um modelo de fornecimento do caminhão e do suporte de manutenção para cada cliente.

“É um mercado que vem crescendo muito e a Volvo vem investindo fortemente. Entregamos o caminhão e cuidamos dele até o fim da vida útil dele no cliente. É um investimento que temos feito não só no segmento florestal, mas nos demais segmentos vocacionais”, disse Valério.

Fonte: Revista Globo Rural 
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