MAN Latin America projeta 2015 igual 2014

CEO Roberto Cortes avalia que ano tem muitos fatores incertos

PEDRO KUTNEY, AB

Cortes: 2014 não deixará saudade
“Este ano não deixa saudades.” Assim Roberto Cortes, CEO da MAN Latin America, define 2014 para o mercado de veículos comerciais pesados, que deve terminar em queda de 11% para caminhões sobre 2013 e recuo de 15% para chassis de ônibus. “Mesmo assim, será o quarto melhor ano do segmento”, pondera o executivo, que diante de muitos fatores de incerteza, que torna qualquer previsão pouco confiável, prefere esperar por um 2015 estável, igual a 2014.

Cortes avalia que o ano teve um conjunto de fatores que puxaram o mercado para baixo, a começar pela demora na provação das regras da linha de crédito do BNDES/PSI, principal responsável pela venda de caminhões no País: “Praticamente perdemos o primeiro mês inteiro de vendas. Depois tivemos o carnaval tardio, que logo se emendou com a Copa do Mundo e as eleições. Com tudo isso, temos um cálculo aproximado que 2014 teve apenas 210 dias úteis, quando o normal seriam 240”, resume. “Aliado a isso, o crescimento econômico baixo minou a confiança dos empresários e o resultado é o que estamos vendo agora.”

Para 2015, na visão de Cortes, existem quatro variáveis que podem decidir o desempenho do mercado doméstico: “Primeiro, a economia do País precisa voltar a crescer para aquecer os negócios. Em segundo lugar vem o aspecto psicológico, mas importante, que é a retomada da confiança dos empresários, para que voltem a investir. A escolha da nova equipe econômica do governo contribui para isso e nós vemos os escolhidos com muito bons olhos. O terceiro fator está ligado ao nível de incentivo que o governo pretende dar ao segmento com o PSI; esperamos que os juros não subam muito para essa linha de crédito fundamental para as vendas de caminhões no País. A quarta variável será a renovação de frota, que tem média de idade de 17 anos, está muito velha e improdutiva, e um programa de renovação pode trazer bons resultados para o mercado.”

Com tantos fatores em jogo, fica difícil acertar qualquer prognóstico. “Se já é difícil prever uma variável, imagine quatro”, pondera Cortes. “Com esse quadro de incertezas achamos melhor dizer que 2015 deve ser parecido com 2014”, acrescenta. As condições do PSI em 2015, cuja regulamentação ainda não foi definida pelo governo, ainda são uma incógnita. “Esperávamos que fosse aprovado em novembro e não foi. A linha termina esta semana e sem isso as vendas são bem mais difíceis. Mesmo com todos os problemas, 2014 poderia ser pior se não tivesse o PSI”, diz.

A nova equipe econômica do governo vem dando sinais que pretende reduzir ao mínimo o nível de subsídios do Tesouro ao BNDES, o que pode impactar diretamente o nível de juro do PSI, hoje em 6% ao ano e com financiamento de 100% do bem. “Para continuar atrativa a taxa não poderia subir mais do que 1 a 1,5 ponto (para 7% ou 7,5% ao ano). O financiamento pelo Finame com TJLP (Taxa de Juro de Longo Prazo, em torno de 11% ao ano com a remuneração do agente financeiro) custa o dobro do que vinha sendo praticado até agora no PSI. Claro que isso afeta as vendas”, explica Cortes.

Para Cortes, o nível projetado do mercado na virada da década, de 200 mil caminhões vendidos no Brasil por ano, ainda pode ser atingido. “É o que esperamos para o futuro. Por isso mantivemos inalterado nosso plano de investimento, de R$ 1 bilhão entre 2012 e 2016, para poder atender à demanda quando ela de fato acontecer.”

PRODUÇÃO E OCIOSIDADE

Um quinto fator apontado por Cortes para sustentar a produção, além do mercado doméstico, será o nível de exportação. “Também dependemos do que vai acontecer em mercados como Argentina, Peru e México”, pontua.

Com vendas internas e externas em baixa, o ritmo da fábrica da MAN em Resende (RJ) está em velocidade reduzida. Dos 5 mil empregados (incluindo os funcionários dos sete sistemistas que operam diretamente na linha de montagem), 100 estão em regime de layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) que termina este mês. A planta opera em dois turnos, sendo que no segundo a produção é reduzida. “Nosso cálculo é que a ociosidade média da indústria de caminhões no País hoje é de cerca de 50% e nós acompanhamos isso”, informa o executivo. Ele diz que os estoques chegam a 45 dias de vendas e o nível considerado normal seria de 25 dias.

“Com esse nível precisamos tomar medidas para adaptar a produção, por isso estamos buscando um entendimento com os trabalhadores, para flexibilizar os contratos e assim preservar empregos e investimentos”, afirmou Cortes, logo após atender um telefonema do diretor de RH, que estava justamente naquele momento negociando um acordo com os trabalhadores de Resende.

Cortes estima que a MAN, somando as marcas de caminhões Volkswagen e MAN, deve terminar o ano com a mesma participação de 2013, com 27% do mercado, o que assegura mais um ano na liderança de vendas de modelos acima de 6 toneladas de PBT. Portanto, a montadora deve acompanhar o mesmo recuo médio esperado do mercado interno, de 11% a 13%.


FONTE: Automotive Business – SP 

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