Gestão inteligente de pagamentos pode facilitar as operações logísticas e garantir segurança no pagamento eletrônico de frete.

Criada em 2011, a Roadcard Soluções Integradas em Meios de Pagamento está totalmente voltada para a oferta de soluções ao mercado de transporte rodoviário de cargas e logística. Seus principais executivos e fundadores vieram da Pamcary, empresa que possui larga experiência e tradição de mais de 40 anos em prestação de serviços e soluções integradas para o segmento de transporte rodoviário de cargas.

Atualmente, a Roadcard e a Pamcary possuem uma aliança estratégica que reúne sinergicamente as competências das duas empresas, oferecendo uma completa e especializada prestação de serviços, que garante inteligência, segurança e solidez.

O Sistema Pamcard tem como objetivo realizar toda a operação que envolve o pagamento de frete do transporte de carga: o registro do contrato de frete entre o contratado e a empresa contratante do transporte rodoviário e carga perante ANTT, a geração do CIOT – Código Identificador da Operação de Transportes, a validação, o controle e o reporte de toda documentação exigida por lei. Dessa forma, ao receber a remuneração pelo serviço prestado, a liberdade de escolha do caminhoneiro autônomo está garantida, de maneira sustentável.

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Chico da Boleia: Luís Felipe, o Banco Central acabou de baixar uma resolução que ajuda a fiscalizar as empresas que operam com o cartão frete. Como você vê a participação do BC como fiscalizador dessa atividade?

Luís Felipe: Pra gente é uma ajuda muito boa. O BC a partir das regras que ele definiu para o mercado de administradoras de meios de pagamento deu uma grande oportunidade para incluir as administradoras nessa regra de forma a tornar o processo muito mais aberto e fazer com que as empresas reconheçam nas administradoras sua idoneidade através dessa certificação. Eu lembro que quando a gente começou em 2010 existiam três administradoras e hoje são 22. Então a gente vê que tem muita gente entrando nesse negócio apostando numa Lei diferente do que a gente vem apostando. Como a gente já conversou, a Roadcard é uma empresa independente, tem o PamCard, mas ela tem um grande parceiro que é a Pamcary. E a Pamcary já vinha nesse ritmo desde 2003 com a solução do sistema Pamcard e hoje esse cartão está com a RoadCard no Bradesco e no Banco do Brasil. Pra gente é muito importante a entrada do BC no nosso setor, através da nossa associação, AMPEF (Associação de Meios de Pagamento Eletrônico de Frete), na pessoa do Alfredo Peres, que vem trabalhando muito bem isso dentro da agência e já em conversas com o Banco Central, para que efetivamente, independente da regra estabelecida no ato regulador do BC, todas as administradoras de meios de pagamento eletrônico homologadas pela ANTT sejam avaliadas agora em 2015 pelo BC, tornando nosso processo mais transparente. Quando existem concorrentes muito novos, se não os conhecemos, isso pode fragilizar a relação entre as administradoras em geral e também entre elas e o cliente. Uma empresa homologada pelo BC tem sua qualidade garantida e, portanto, gera mais credibilidade para o setor. Por fim, nós da RoadCard estamos incentivando muito esse convenio da ANTT com o BC para que todos possam passar pela análise.

Chico da Boleia: Quem não é do mercado – até quem é – não consegue entender muito bem a questão do fim da carta frete e do cartão eletrônico de pagamento. Você pode esclarecer essas questões?

Luís Felipe: Chico acontece o seguinte, para o leigo ou mesmo para quem atua no mercado, a palavra certa para definir isso é acabar com a escravidão. Qualquer ser humano, profissional que presta o seu serviço, recebe por ele, seja ele autônomo ou não, uma remuneração. Não é o caso do motorista autônomo. Ele hoje trabalha arduamente – a gente vê o camarada às vezes ficar trinta dias sem voltar pra casa – e quando é pra receber a remuneração ele fica dependendo da boa vontade de um posto de gasolina dar pra ele um troco, um produto para consumir. É contra isso que a gente luta. O fato de hoje você ter 22 empresas homologadas não é um problema pra gente. O nosso grande concorrente hoje é a carta frete, e o exemplo disso é que hoje a penetração do nosso negócio é de, no máximo, 10%. Então do volume todo que se opera, que se diz que opera de pagamento de frete, 10% está conforme a Lei e o restante, portanto, dependendo de um entendimento maior ou de, efetivamente, começar a pagar através de administradoras de meio de pagamento de frete. Veja a Lei do Vale Pedágio, de 200, ainda carece de algumas revisões, carece de uma ação um pouco mais efetiva da ANTT para proteger aquele que originou a criação da Lei, ou seja, os autônomos que precisam que o pedágio seja antecipado ou que ele seja incluído no valor do frete. A penetração ainda é muito baixa, seja do lado do pagamento do frete, seja do lado do pagamento do pedágio. Hoje nós já sabemos e temos grandes clientes embarcadores que não contratam o serviço de transportador se não for através da lei do pagamento do frete e do pedágio. Então algumas empresas hoje não querem ficar fora da Lei, mas esse mercado não está totalmente capturado.

Chico da Boleia: Mas para o pessoal entender exatamente o que acontece. Quantos milhões você acha que ainda rodam em função da carta frete?

Luís Felipe: Em função da carta frete, um número aproximado em 100 bilhões de reais. Quando a gente fala de carta frete, temos que entender que não é só pelo fato de que o camarada não está usando a carta frete que ele está legal. Se ele está pagando através de um recibo, de um cheque, mas não está conforme manda a Lei que é através de um meio eletrônico de pagamento ou através de conta de depósito, ele está irregular. Então carta frete, cheque, recibo, papel de pão ou qualquer outro meio, a gente imagina que ainda movimente 100 bilhões de reais.

Chico da Boleia: Pegando esse número – e eu andando pelo Brasil já encontrei posto cobrando uma margem de 20% no combustível, cobrando mais percentual para voltar troco – então a gente está falando que fica para o intermediário da carta frete, na ordem de 10 a 20% desse total de 100 bilhões. O pessoal tem que entender a urgência dessa briga pelo fim efetivo da carta frete.

Luís Felipe: Sim, mas quando a gente fala de posto, temos que entender não são todos os postos que trabalham dessa forma. Quando ele faz isso é o posto fazendo o papel do banco, querendo ter esse lucro. Se você sair aqui de Alphaville e pegar a Castelo em direção ao interior, você vai encontrar algum camarada trocando carta frete. Isso é totalmente irregular, você está escravizando um profissional autônomo. É como eu chamar um pintor para pintar a minha casa e dizer pra ele: “olha, eu vou te pagar, mas você toma aqui um papel e vai consumir naquele supermercado, naquela drogaria, enfim”. Então, tem muito posto fazendo papel de banco e estão tendo esse lucro. Porque como ele faz papel de banco, ele tem os riscos, ao receber a carta frete ele recebe um papel que sabe-se lá se a empresa vai pagar esse valor pra ele. Ou seja, ele cobra um ágio para garantir que não tenha esse risco.

Chico da Boleia: Nós estamos finalizando 2014, um ano atípico com Copa do Mundo, eleições, e estamos entrando 2015 sem segurança de que a Lei 12.619 seja votada ainda esse ano. Como vocês vêm essa questão?

Luís Felipe: As notícias infelizmente, até por tudo que você falou, não são boas mesmo. Nós só recebemos notícias ruins. A gente tem um conceito aqui que diz que quando todo mundo vai pra direita, temos que ir pra esquerda, porque às vezes a maioria não está certa e você tem que fazer diferente. Apesar de só notícia ruim, de ainda postergarem a Lei, está vindo uma versão melhor da Lei. Apesar de todas as incertezas, de todas as ressacas que a gente tem vivido, a gente está investindo. Então em 2015, a RoadCard, através do seu sistema Pamcard, das suas soluções, com as parcerias que nós temos com o Banco do Brasil, Bradesco e, agora, com a ConnectCard, a gente está investindo e vamos continuar assim. Essa oportunidade que se fez de se achar uma solução para dar liberdade ao motorista, não vai colher frutos da noite para o dia. Essas resoluções sobre a atividade começaram em 2003 com discussões e, apesar de todos esses anos tudo isso é muito novo. Mas queremos investir mais ainda, aumentando equipes, porque acreditamos no setor e nas regulamentações.

Entrevista realizada por Chico da Boleia em 9 de dezembro de 2014

Redação Chico da Boleia

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