Dia do Motorista: Caminhoneiros brusquenses relatam experiências na estrada

Anderson e Joares estão há mais de dez anos na profissão
Foto: Arquivo Pessoal

Filho de caminhoneiro e motorista há 18 anos explicam como é a vida nas rodovias do Brasil

Anderson Clemer gosta de brincar falando que nasceu em um caminhão. Filho de caminhoneiro, com o irmão também envolvido na profissão, o brusquense já está há dez anos na estrada, continuando o legado da família Clemer. Já Joares de Lima Vieira é caminhoneiro há 18 anos, e diz que não saberia fazer outra coisa.

Os dois têm duas coisas em comum: longa quilometragem e histórias para contar. Eles acompanharam as mudanças nas estradas, no perfil dos motoristas e, principalmente, a transformação da profissão de caminhoneiro, uma das funções mais importantes no Brasil.

Longa estrada
Quando pegou um caminhão pela primeira vez apenas para ajudar em uma mudança na empresa a qual trabalhava, Joares se encantou pela atividade. A partir daí passou a dedicar sua vida como motorista, e há 18 anos as viagens pelo estado e pelo país são o sustento de sua família.

Hoje ele presta serviços para a Transben, empresa de Barra Velha que é responsável pelos transportes da loja de departamentos Havan. Ele, portanto, carrega materiais e produtos para todas as lojas da rede. “Um dia estou em Mato Grosso, outro em São Paulo, depois em Chapecó…”, explica.

O que mais o faz sentir prazer na profissão é justamente conhecer cidades e lugares em praticamente todo o Brasil. Segundo Joares, o trânsito melhorou para os caminhoneiros com o passar do tempo. “Já tem bastante pista duplicada, e o pessoal que cuida dos pedágios dá assistência imediata. Isso não acontecia no começo, era bem mais difícil”.

Mas não foi só de alegrias que Joares viveu durante os 18 anos de caminhoneiro. Ele, que hoje em dia é bem mais cuidadoso com os lugares onde para, já sofreu um assalto. “Havia parado em um posto, e na hora que fui subir um rapaz anunciou o assalto e levou meu dinheiro. Ele me deu um corte profundo no braço e fiquei um tempo sem trabalhar. Agora eu sei exatamente onde parar e onde não parar”.

Joares, que tem esposa e quatro filhos, diz que a família já o pede para não realizar tantas viagens. Mas, com uma vida dedicada a profissão, é possível que permaneça por mais um longo tempo na boleia do caminhão.

Caminhão na veia
A rotina de Anderson é no largo volante do caminhão, travando a luta diária pelo sustento de sua família, composta pela esposa e uma filha de 11 anos. Embora a profissão esteja em suas veias, Anderson confessa que a vida do caminhoneiro no Brasil está difícil.

Burocracias, poucos rendimentos e um trânsito cada vez mais caótico são fatores que desanimam, principalmente quem já está há anos na função. “O dinheiro que vem é pouco. Hoje é muita exploração. Nós ficamos no caminhão mesmo pela paixão à profissão”.

Nem mesmo a greve dos caminhoneiros, que resultou em alguns benefícios a classe, foi algo que entusiasmou Anderson. Segundo ele, dependendo do ponto de vista, a situação ficou ainda pior. “Para a questão financeira foi melhor, agora o frete está mais valorizado. Mas perante a sociedade nossa classe ficou bastante manchada”.

Mas nem o baixo lucro e nem as críticas são os piores problemas para Anderson. Segundo ele, o que mais incomoda é o tempo fora de casa. “Sinto falta da família, isso é o que a gente mais sofre. Hoje trabalho mais pela região do Rio Grande do Sul, mas quando é fora de safra chego a ir para Mato Grosso e Goiás”.

O caminhoneiro transporta produtos a granel, como calcário, soja e milho. São viagens que duram muitas vezes 20 a 22 horas, fazendo paradas para as refeições e descanso. Conforme explica, o perfil do motorista mudou muito nos últimos dez anos. “Falta bastante respeito hoje em dia. Se o caminhão é pesado e acaba formando fila, muita gente passa buzinando, mostrando o dedo. Além disso tem muita gente inexperiente na estrada”.

Fonte: O municipio

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