Pedágio alto como sinônimo de estrada boa: a ilusão dos brasileiros.

Nós do trecho convivemos com uma triste realidade no Brasil: as estradas que não possuem pedágios são verdadeiros desastres, enquanto que as estradas boas do país cobram dos usuários pedágios abusivos. Infelizmente a maioria das pessoas acha que para ter acesso a serviços de qualidade é necessário pagar muito caro por eles. Tal mentalidade permite que empresas, concessionárias e o próprio governo cobrem tarifas abusivas com o argumento de que elas são necessárias para se manter a qualidade das obras, serviços e produtos. Na minha opinião, isso é uma verdadeira ilusão!

As concessionárias de estradas e rodovias privatizadas do Brasil, conseguiram administrar as vias através de contratos de licitação que permitem que tais empresas cobrem as tarifas livremente, sem nenhum critério. Com o argumento do preço pela qualidade, o consumidor paga pedágios abusivos em todo o país.

Um estudo do economista Carlos Campos, coordenador de infra-estrutura econômica do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), mostra que o brasileiro paga em média 8,77 reais a cada 100 km rodados em rodovias concedidas à iniciativa privada. Por incrível que parece, os pedágios brasileiros são mais baratos que a média mundial. Um estudo do Banco Mundial mostra que o valor médio cobrado ao redor do planeta por concessionárias de rodovias é equivalente a 9,35 reais a cada 100 km. Porém é preciso considerar que a renda do brasileiro é também inferior à de muitos outros cidadãos do mundo e que a carga de impostos que pagamos já é alta o bastante para termos custos extras com infra-estrutura do país.

Quem trabalha no transporte rodoviário de cargas é, sem dúvida, o mais afetado pelo aumento constante nas tarifas de praças de pedágio. Mas vale observar que a população que depende do transporte coletivo intermunicipal também sofre diretamente com os aumentos. Enquanto os salários e os fretes crescem a passos de tartaruga, o reajuste nos pedágios acelera feito maratonista, causando histeria nacional.

 Instalados em locais estratégicos como rotas portuárias, rodovias de grande fluxo e saídas de cidade, os pedágios proporcionam arrecadações estratosféricas para as concessionárias. E se engana aquele que pensa que todo esse dinheiro é necessário para a manutenção das estradas. Se o dinheiro público arrecadado dos impostos fosse devidamente aplicado em infra-estrutura, não teríamos os pedágios como desculpa para assegurar a boa qualidade das rodoviárias.

A lista abaixo elenca os dez pedágios mais caros do Brasil. A pesquisa foi realizada pelo Ipea.

1o Sistema Anchieta-Imigrantes: As rodovias Imigrantes e Anchieta, sob a administração da concessionária Ecovias possuem os pedágios mais caros do Brasil. Para cada 100 km rodados, o viajante tem de desembolsar em média 33,11 reais.

20 Sistema Viaoeste: Mantida pela CCR, a empresa é responsável pelas rodovias Castello Branco e Raposo Tavares e o pedágio custa 23,75 reais a cada 100 km.

3Rodovia das Colinas: As vias ligam importantes cidades do interior paulista, como Jundiaí, Itu, Sorocaba, Rio Claro, Tietê e Indaiatuba. As estradas sob concessão da Rodovia das Colinas são a terceira mais cara para os viajantes brasileiros. O pedágio cobrado nos 307 km de estradas administradas custa 17,37 reais a cada 100 km.

40 Rio-Teresópolis: Quem trafega pela estrada é obrigado a pagar 16,35 reais para cada 100 km rodados, a tarifa mais cara do estado. Apesar do nome da concessionária, a estrada não começa na cidade do Rio de Janeiro, mas em Imbaré. De lá, parte rumo a Teresópolis e depois para Além Paraíba, já próxima à divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais.

5o Free Way: Principal ligação entre Porto Alegre e o litoral gaúcho, a rodovia sob concessão da Concepa é a quinta mais cara do Brasil, segundo o Ipea. Trafegar pelos 121 km da rodovia custa 15,45 reais a cada 100 km.

60 Ligação Gramado-Canela:  Para chegar às cidades por alguma das rodovias da concessionária Brita, é necessário desembolsar 14,99 reais a cada 100 km, o sexto valor mais alto do país. Três empresas são donas da concessão: Itacolomy Mineração Ltda., Construtora Pelotense Ltda. e STE Serviços Técnicos de Engenharia S/A.

70 Via Lagos: Uma das ligações mais utilizadas pelos cariocas para chegar a Búzios, Cabo Frio e outras cidades da região dos Lagos, tem um pedágio que cobra uma tarifa equivalente a 14,69 reais a cada 100 km. A rodovia inclui apenas 57 km de pistas que ligam as cidades de Rio Bonito e São Pedro da Aldeia.

80 Autoban: administrada pela CCR, a empresa é responsável pelas rodovias Anhanguera e Bandeirantes e o custo médio fica em 14,24 reais por cada 100 km.

90 Rodovia Dom Pedro I: Rota das Bandeiras, empresa administrada pela Odebrecht TransPort, conseguiu em 2009 o direto de explorar 297 km de estradas. O principal trecho é o da rodovia Dom Pedro I, que liga Jacareí a Atibaia, Campinas, Paulínia e Engenheiro Coelho. Para trafegar pela pista, o motorista terá de desembolsar 14,01 reais por cada 100 km rodados.

10o Estradas do RS: Três estradas administradas pela Convias ficam em décimo lugar na lista, com um pedágio equivalente a 13,81 reais a cada 100 km rodados. A Convias é responsável pela BR-116 e pela RS-122 nas imediação de Caixas do Sul, uma das principais cidades gaúchas. A concessão de 191 km de rodovias ficará até 2013 a cargo do consórcio formado por Cibe Participações, Monte Bérico e TBPAR Ltda.

A lista acima mostra como as rodovias mais utilizadas pelos caminhoneiros, são também algumas das que cobram os pedágios mais caros do país. Com a ilusão de que tudo que é bom custa caro, o brasileiro paga e paga cada vez mais! Cabe a nós cidadãos reivindicarmos o direito de ter acesso a infra-estrutura de qualidade a preços mais populares.

Abraço

Chapa.

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