Governo teme retenção de carga em estradas

Ministra da Agricultura leva a gabinete de crise preocupação com bloqueios feitos pelos Estados

Com o rápido avanço do coronavírus no Brasil, o gabinete de crise montado pelo governo já trabalha com um cenário drástico de fechamento de estradas por alguns governadores, que pode estrangular o sistema de transporte rodoviário de cargas do país, com impactos sobre o escoamento de alimentos e commodities agrícolas.

O Valor apurou que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que integra o gabinete, já levou aos ministros Walter Braga Neto (Casa Civil) e Tarcísio Freitas (Infraestrutura) a preocupação para que as quarentenas em divisas interestaduais não resulte em cargas paradas. Ontem, uma portaria do governo determinou o fechamento das fronteiras terrestres com oito países sul-americanos, mas manteve o transporte de cargas.

Rio de Janeiro e São Paulo já adotaram nos últimos dias medidas para restringir circulação de pessoas. O Rio, por exemplo, suspendeu a entrada de ônibus vindos de Estados com casos de transmissão local de coronavírus e avaliava, até a noite de ontem, também fechar suas divisas. O Rio Grande do Sul proibiu o transporte interestadual. O temor no Palácio do Planalto é que a situação comprometa o transporte de cargas entre Estados.

O quadro de alerta ligado pelo governo não vale só para o mercado interno, foco de maior atenção neste momento, mas também com as exportações, que por enquanto são normais, sem relatos de problema operacionais nos portos. De acordo um exportador ouvido pelo Valor, o governo já sinalizou que não pretende fechar suas fronteiras marítimas.

Com a retomada da atividade econômica na China, que já registrou uma redução dos casos de infectados pela covid-19, é esperado que o fluxo de embarques de produtos brasileiros para o país asiático melhore e que o desembaraço de mercadorias seja mais ágil nos portos chineses. Porém, não adianta nada se as rodovias brasileiras não funcionarem, alerta uma fonte do governo.

Antes do atrito causado pela declaração polêmica do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra a China, Tereza chegou a falar por videoconferência na segunda-feira passada com o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, que traçou um horizonte mais positivo para o recebimento de produtos pela China.

Em mensagem enviada aos servidores para orientar sobre a nova rotina de trabalho em meio à crise, Tereza Cristina chegou a relatar as conversas frequentes que tem mantido com o setor privado no gabinete de crise para montar ações de planejamento e antecipação aos problemas. Ela reitera que não há desabastecimento no país, mas externou receio com o transporte dos alimentos e insumos.

“Estamos trabalhando com a iniciativa privada, desenhando cenários, vendo todos os passos que temos que dar antes que os problemas aconteçam”, afirma a ministra, em áudio obtido pelo Valor. “Estou falando com as centrais de abastecimento, os supermercados. O Brasil é um país fantástico, não tem risco de desabastecimento. Mas temos que fazer com que o fluxo da produção chegue até a prateleira dos supermercados.”

Fonte: Valor Econômico
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