Fim do mundo ou o começo de um mundo novo?

Olá amigos! Com o fim do ano de 2012 escuto muito por aí que o mundo também irá acabar. Ao invés de dicas, tomei a liberdade de dizer o que penso sobre o assunto! Aí vai:

Muito se tem falado sobre o fim do mundo. A especulação foi baseada em uma interpretação do calendário Maia, criado pela antiga civilização que ocupou parte do território do México, da Guatemala e de Honduras. Segundo algumas interpretações desse calendário, o mundo acabará no dia 21 de dezembro deste ano. Piadas a parte, a especulação é mera especulação, já que não há uma profecia que fale sobre o fim do mundo. Ao contrário do nosso calendário cristão – que começa com o nascimento de Jesus Cristo – e que se baseia em um sistema linear de sucessão de dias e noites, o calendário Maia é circular e é composto dos chamados “baktunes”. Por isso, esse calendário inicia e termina no mesmo ponto. Este ano se completarão os 13 baktunes, que correspondem a 394 anos cada um, formando, ao todo, um ciclo de 5.125 anos. Este ano, portanto, se encerra o ciclo iniciado em 3.114 a.C, dando início a um novo ciclo.

Segundo os Maias o universo é formado a partir da união entre a natureza e Deus. Além disso, o movimento dos astros influencia nas condições terrestres, como o tempo, o movimento das marés e os ventos. Coincidência ou não, os Maias acertaram quando previram uma mudança no clima do mundo. Atualmente chove onde não chovia, seca onde antes alagava, neva onde fazia sol e as temperaturas subiram onde antes eram baixas. Existem diversos cientistas que debatem a respeito desse problema – e se esses fenômenos são realmente um problema.

Independente das opiniões a questão é que as mudanças no clima são perceptíveis no nosso dia a dia. As estações do ano em algumas regiões do mundo já não são mais perceptíveis. Com exceção de alguns fenômenos que são, em sua maioria, fruto de condições naturais, como terremotos, maremotos, tsunamis e furacões, as atividades humanas têm afetado, e muito, as condições do clima em todo o planeta. Existem estudos que mostram, inclusive, que essas alterações também afetam os fenômenos que antes só eram causados naturalmente.

Aquecimento global, poluição, desmatamento, destruição de espécies animais e diminuição dos mananciais de água potável (eles constituem apenas 3% do volume de água de todo mundo) são apenas algumas das alterações que todos nós provocamos todos os dias.

Entretanto, o fim do ciclo previsto no calendário Maia não diz respeito somente a condições climáticas e naturais, mas fala também de um novo ciclo no qual homens e mulheres devem iniciar uma tomada de consciência. Atualmente não apenas o clima, os ventos, as marés e a natureza estão em desordem. Nós também, enquanto seres humanos, parecemos bastante alterados: desequilíbrio, desrespeito, stress, egoísmo, falta de afeto, solidariedade e união são apenas alguns aspectos do nosso modo de vida.

O consumo exacerbado trouxe o exagero, que causou o desperdício e a falta de consciência em relação ao reaproveitamento e à reciclagem. Vivemos numa era onde tudo é descartável: celulares, carros, motos, computadores e, até mesmo, pessoas. Desaprendemos a poupar, sejam roupas, máquinas, utensílios, comida. Somos também a geração mais desigual dos últimos tempos. Os homens da pré-história tinham cavernas e meios naturais de buscar a sobrevivência. Hoje, nem todos tem casa pois as propriedades são privadas. Nem todos tem comida, pois elas custam dinheiro. Nem todos têm meios de sobrevivência, pois eles foram apropriados por grandes senhores da indústria, do comércio, da agricultura, da política.

Segundo algumas estatísticas a produção de alimentos mundial é mais do que necessária para suprir a fome de todas as pessoas desse planeta. Se é assim por que milhões de pessoas ainda morrem de fome? Um estudo do Instituto Mundial para Pesquisas em Desenvolvimento Econômico aponta que 2% dos adultos mais ricos do mundo possuem mais da metade da riqueza de todo o planeta. Enquanto isso, milhares e milhares de seres humanos vivem em situação de miséria e pobreza. Isso também nos caracteriza como a era mais egoísta de toda história do homem.

As guerras do século XX deixaram nações inteiras traumatizadas: violência, vidas interrompidas, sonhos não realizados, ideologias fracassadas. A primeira guerra mundial deixou um saldo de 19 milhões de mortos, dos quais 5% eram civis. A segunda guerra mundial deixou um saldo de mais de 59 milhões de mortos, 2000 deles brasileiros. A Shoah – termo Ídiche que significa calamidade – é a palavra que caracteriza o Holocausto, política de extermínio promovida pelo governo nazista alemão de Adolf Hitler. Durante esse período, cerca de 6 milhões de judeus foram mortos.

No Brasil, a violência tem várias nuances. Uma delas é a política: a ditadura militar matou e desapareceu com 383 pessoas (esse número é da organização Desaparecidos Políticos), por motivações políticas. A violência também tem gênero: atualmente, segundo dados da Secretaria de Mulheres, a cada cinco minutos uma mulher é agredida no país.  A violência no Brasil tem cor: segundo dados do Mapa da Violência, em 2010, morreram 29% mais negros do que brancos, o dado aponta para fatores como a pobreza, a discriminação e a desigualdade social e racial do nosso país. No Brasil, a violência acontece todos os dias e poupa, às vezes, aqueles que têm condições de ter seguranças, cercas elétricas, carros blindados.

A violência não é só física, mas também moral e psicológica. Discriminação, preconceito, marginalização, fome, sede, trabalho forçado, exploração sexual, tortura, são algumas das inúmeras violências que nós, brasileiros e seres humanos, estamos sujeitos a sofrer.

Ao contrário da preocupação com o fim, acredito que nossa preocupação deva ser com um recomeço. Se estamos vivos até hoje, em meio a tanta violência, guerras e perseguições, será por sorte ou instinto? As condições que vivemos não são das melhores e nós não fizemos absolutamente nada para alterar o quadro. Falta solidariedade, afeto, compreensão, paciência, paz, consciência ecológica e participação política. Enquanto seres humanos, até agora, só contribuímos mesmo para acabar com o nosso mundo. E os fenômenos naturais? Bem, eles são naturais e mesmo que ocorressem todos os dias não provocariam tantas mortes que o próprio poder de autodestruição dos homens.

Ao invés de dar ouvidos às teorias da conspiração deveríamos nos perguntar: Que novo mundo nós queremos daqui pra frente? O fim do mundo ou o começo de um novo mundo só depende de nós mesmos. Nenhuma profecia ou interpretação é capaz de saber quando exatamente, em um Big Ban invertido, tudo explodirá e acabará. Não deveríamos estar preocupados com hipóteses, suposições ou especulações. Não espere o mundo acabar – o que pode nunca acontecer – para começar um mundo novo. Se queremos mudança devemos, ao menos, caminhar diferente!

Abraço do Chapa.

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